Vive nos recantos mais inóspitos civilizados
Recosta-se nos ombros da humanidade senil
Reluta em aceitar as moedas sem valores adequados
Devolve os termos da pobreza que feriu
Rasteja pelos bares lugares de trilhas
De sombras ficadas em estradas compridas
Desfolha o galho último das filhas
Que choram as dores de nunca vividas
Cavouca nos lodos fétidos das ramas
Procurando a fome que já não lhe basta
Nas bocas fincadas nos bicos de mamas
Que sobram das noites de vida negada
Se cobre com notícias que a fome acaba
Se aquece no leito de uma figura pública
Se esquece da vida come jóia rara
Se morre na chuva de um reino sem calha.
(Retalhos/Sylvio Brasil)
Um comentário:
Poemas belos e com conteúdo social. Tens um excelente trabalho aqui, ainda mais ao som de Enya. Abraços
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