quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

"A BELA FLOR QUE A DOR ESPANCA"


Florbela Espanca: poesia, solidão, suicídio e ...sempre poesia

A vida de Florbela Espanca foi de lutas e mais lutas,

solidão, amor, inteligência, sofrimento e Amor.

O mundo não a compreendeu.

Os preconceitos da Portugal do século XIX -XX a condenaram.

Mas a beleza de seus poemas ecoam e repercutem para sempre,

na alma portuguesa e brasileira de todos os tempos.

Tirado daqui



Saudades

Saudades! Sim...talvez...e porque não?
Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!


Esquecer! Para quê?...Ah! como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como pão!


Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!


E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!

Florbela Espanca.



Pra Quê

Tudo é vaidade neste mundo vão...
Tudo é tristeza, tudo é pó, é nada!
E mal desponta em nós a madrugada,
Vem logo a noite encher o coração!

Até o amor nos mente, essa canção
Que o nosso peito ri à gargalhada,
Flor que é nascida e logo desfolhada,
Pétalas que se pisem pelo chão!...

Beijos de amor! Pra quê?... Tristes vaidades!
Sonhos que logo são realidades,
Que nos deixam a alma como morta!

Só neles acredita quem é louca!
Beijos de amor que vão de boca em boca,
Como pobres que vão de porta em porta!

Florbela Espanca


13 comentários:

Anônimo disse...

Olá amiga!
A poesia de Florbela é ímpar, maravilhosa!Uma portuguesa que amou e soube, como poucos, escrever o que se passa na alma humana.

Forte abraço e ótima semana!

- Moisés Correia - disse...

Olá bom dia!

Passei para agradecer o belo comentário e pela visita ao meu blogue…
É sempre bom estar aqui e ler o que escreve…
Um resto de uma boa semana, inundada de paz.

Há dias…
Em que acordamos chuvosos
Ensopados em saudades choradas
Sentimentais, românticos
Emotivos, fantasiosos…
Amarrados em manhãs geladas

O eterno abraço…

Sueli Maia (Mai) disse...

Oi, querida.

Hoje estive escrevendo sobre o amor desmesurado e que é o bastante para muito e muitos porque é imenso e intenso.
Mas percebo que o mais comum dos erros é julgarmos a medida do amor e do amar do outro.
Tomando por nossa própria capacidade de amar, julgamos que o amor do outro é muito ou pouco.
Ai tenho hoje uma tendência de pensar que não existe medida no amor. Não cabe medir o amor porque ele é tudo e é nada para quem tem e quem não tem.

Excelente teu post 'espanca'...
É esta a reflexão possível.
Quanto amo e quanto amas...
Já que o amor nada contem e tudo contem...
Talvez se explique que qualquer maneira de amor, é AMOR...

Beijos, querida.

Christi... disse...

Oi lindinha, tão bom poder ler poemas e homenagens a Florbela, lindo post.

bjs no coração

Vanessa Anacleto disse...

Florbela nunca é demais!!

bjs

Anônimo disse...

Olá SERENA
Linda mais esta homenagem à grande FLORBELA ESPANCA.
Parabéns minha amiga
BJS
G.J.

Luna disse...

Na maior parte das vezes são os poemas mais tristes que nos tocam mais profundamente
beijos

Renata (impermeável a) disse...

as vezes a acho triste demais.....

mas, sem duvida..... uma grande poeta!


estou em uma fase bem Adélia Prado e Alice Ruiz....

gostei do blog... vou estar sempre aqui.

Poseidón disse...

SERENA,
pasei tb para agradecer sua visita a meu blog e de dois amigos de Portugal...

Florbela Espança E
Fernando Pessoa e o melhor dos poetas de Portugal.

AQUI Deixo em frances
SONHOS de FLORBELA

RÊVES …
J’ai rêvé que j’étais ton amante chérie
Ton amante heureuse et jalousée
J’ai rêvé que j’avais une maisonnette blanche
Bâtie au bord d’un ruisseau
Tu venais me voir, mystérieusement
À des heures mortes quand la terre se fait moine
Qui prie. Je sentais, follement,
Battre mon cœur quand au loin
J’entendais tes pas. Et avide,
J’étais dans tes bras en un instant
Fixant tes yeux avec amour !
Et vois-tu, mon merveilleux, mon doux chagrin :
Je me suis réveillée les yeux pleins d’eau
En entendant ta voix en un long adieu !

Um abraço amigo

* Edméia * disse...

*Serena, *Florbela e *Pessoa, na

minha humilde opinião, são os

melhores poetas da literatura de

*Portugal !!! *Sem dúvida :

magníficos !!!

Blogadinha disse...

De volta ao início - Florbela. Há coincidências estranhas... Ou não as haverá de todo? Eh eh

Eis pois, que a minha primeira visita (comentada) do ano serve para te trazer uma pequena lembrança.

Do Blogadinha para o Alma Poeta, com pozinhos de perlimpimpim...

http://blogadinhadosvirtuais.blogs.sapo.pt/54138.html

Beijinhos Serena!
Fica bem.

angel disse...

Obrigada Serena por minutos de serenidade que senti no teu blog e por servir-me tão bem com poesias maravilhosas. Não conhecia Florbela. Amei!
Voltarei sempre Beijos
Angel

Ernani Netto disse...

Adorei seu blog! Lindas poesias!

Como sempre sonetos são divinos...

Bjaum

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